Lá e de volta pela última vez
Quase oito anos depois voltei ao "maior evento de cultura pop do mundo" e pra mim já deu. :P
Oi! Essa é a edição #01 de tardigrado, newsletter feita por gente muito cansada, que não aguenta mais, mas continua aguentando. Não tem muito o que fazer e, se chegamos até aqui... ;)
Ainda tou tentando descobrir o melhor dia pra enviar (segunda? quinta? sexta?) e também a periodicidade, mas isso é totalmente o de menos nesse momento. Tou começando algo nos últimos dias do ano, sabe?
Nessa edição!
Meu retorno à CCXP e ao universo onde vivi durante 20 anos (e de onde saí há quase 5)
Tá tudo dando errado, mas pode ser que não seja bem assim
E mais: a live do Felca com a Menina Veneno, perfume com cheiro de cu, trailer realmente bom e o Globo de Ouro que, ai…
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Esse ano eu voltei pra CCXP.
Primeira vez desde… *checks notes & Google Photos* 2017. Última vez trabalhando foi em 2016, mas em 2017 me chamaram pra dar uma entrevista pra MSP e eu fui só pra isso porque bobo no soy. Ou soy, porque, claro, a entrevista nunca foi pro ar. :P
Minhas primeiras, e únicas, impressões da edição desse ano são de que é impossível tudo ser épico e que, bem… esse evento não é mais pra mim. Nunca foi, a bem da verdade, mas antes eu tinha alguma coisa pra fazer por lá: um networking básico nos estandes*, cobertura de paineis e, o principal, entrevistas. Já cheguei a participar eu mesmo de um painel, apresentar uma outra coisa no palco de games, mas no fim eu preferia pautar a equipe e editar, do conforto do meu lar, o que eles produziam de lá.
Dessa vez eu até fiz um networking, mas com quem eu trabalho no dia-a-dia (o famigerado “pessoal da agência”) e com quem eu conheço pessoalmente (enfim tenho meu livro com as artes do Rod Reis!). Do pessoal dos estandes e de todo esse universo que frequentei por 20 anos, quem eu cruzei simplesmente não me reconheceu e, não vou negar, isso bateu um pouco mais e pior do que eu gostaria. São 50kg e todos os cabelos a menos desde o meu último ano "ativo" nesse rolê, eu sei, mas ainda assim... Sabe? ¯\_(ツ)_/¯
Eu estive por lá na quinta-feira, dia 06. Andei por quase todo o pavilhão do ermíssimo (começa daí, né?) São Paulo Expo durante poucas horas (as que eu aguentei). As ativações de grandes marcas eram, como sempre foram, um rolê de filas para experiências internas e não existe a menor possibilidade de eu enfrentar uma fila dessas pra ganhar um brinde, seja ele qual for. Não existe. Uma experiência imersiva? Um jogo, um quiz? Uma foto com algum boneco de personagem e um pôster? Sei lá, o Sonic é legal, mas será que é tão legal assim? (Não responda, por favor)

O Lounge dos Creators me assustou um pouco. A quantidade de gente que tava lá só pra fazer trend do TikTok era enorme, mas aquele backdrop abraçando dezenas de pessoas que seguravam um mic de lapela ou celular na mão entrevistando outras pessoas ao mesmo tempo, sério... Aquele meme de "vamos destruir conteúdo" nunca foi tão real. É impressionante! E, repito, assustador.
Eu gostei do fato de o Artist's Valley ter ficado mais na lateral e não no meio do negócio todo. Ficou mais fácil o acesso, mais tranquilo, sem correr o risco de esbarrar em quem só tava ali de passagem, carregando um monte de sacolas ou cosplays imensos. Eu descobri esse ano, indo a muito mais shows que no resto da minha vida toda, que eu tenho um… probleminha com esbarrar em gente aleatória quando eu tou parado ou andando pra algum lugar. Imagina?
Mas assim… vou confessar aqui uma coisa: eu morro de vergonha desses rolês em que as pessoas tão vendendo suas artes ou qualquer coisa que eu ~não posso olhar, pegar, escolher e levar pro caixa pra pagar. Eu morro de vergonha de atrapalhar a venda pra alguém que tá atrás, eu morro de vergonha de ser uma perda de tempo pra responsável pela mesa, eu morro de vergonha de não ter eventualmente não ter dinheiro pra comprar algo que quero e simplesmente ter de dizer "obrigado", porque pechinchar com artista independente é coisa de paunocu. Assim sendo, eu passava relativamente longe das banquinhas, olhando meio que na ponta do pé pra ver se tinha algo que eu queria -- alguma arte de algum personagem, que represente o que tou sentindo no momento, sei lá. Mas nada me chamou a atenção. E se tinha e eu não vi justamente por estar longe? Perdi oportunidades, né?
Well, kinda. Eis o meu ponto aqui: na mesma semana em que rolou a CCXP, rolou o Festival El Cabriton e mais alguns eventos do tipo que eu vi no Instagram mas não anotei o nome. Em outras palavras, ao mesmo tempo em que rolou o "maior evento de cultura pop do mundo" com um monte de artistas independentes expondo e vendendo seus trabalhos, outros muitos artistas independentes estavam expondo e vendendo seus trabalhos em outros lugares da cidade (e do país), mais tranquilos, sem aquele barulho todo, luzes, em lugares de muito mais fácil acesso e que gente velha e chata (mais chata do que velha, muitas vezes) podem frequentar com mais tranquilidade, apesar da vergonha.
Veja bem: não critico o Artist's Valley, muito menos a galera que vai pra lá expor. Pra muitos desses artistas, escritores, roteiristas, artesãos, especialmente os que vem de outros lugares, essa é a melhor (senão única) oportunidade que eles tem em todo o ano de vender suas coisinhas. Além disso, como escrevemos algumas vezes no finado JUDAO.com.br, aquele lugar é a "alma de uma comic con". Mas se nem a CCXP tá mais afim de ser uma comic con, a sensação que passa é de que aquela é só uma alma penada, perambulando por aí, sem perceber que não tá mais ligada a um corpo. E aí… vale a pena pagar o ingresso só pra aquilo? Ou pra todo o resto? Realmente vale?
Não tem nenhuma foto dessa parte tão importante do, como eles agora dizem, “festival" no banco de imagens deles, sabe?
Eu tou falando da CCXP, mas é bom que se diga que vale pra qualquer evento do tipo, incluindo show em pista. Não dá mais, não é pra mim. Nunca foi, repito, mas agora definitivamente não é. Não é mais pra quem eu sou, pra quem eu me tornei. Claro, se eu eventualmente voltar a trabalhar com isso e minha presença física for MUITO necessária, vamo lá, foco no job e é nóis. Mas foi a minha primeira vez como visitante, sem uma credencial que gritasse "imprensa" ou “convidado” e foi também a única.
Mas um dia eu volto pra San Diego só pra poder fazer tudo que eu nunca consegui ou pude por lá. Isso eu topo, quero e vou. :)
Tá dando (quase) tudo errado. Algumas coisas, pelo menos.
Vou confessar pra vocês outra coisa aqui: o casaco de oncinha que tá lá no meu Instagram e por alguns meses usei como foto principal do Bumble não é meu. É da Sarah, minha chefe, que um dia tava em reunião e eu aproveitei pra ver como que ficaria e... olha, ficou bem. Ficou realmente bem.
Desde então eu tenho procurado um pra mim. Na loja onde aquele foi comprado, uma versão diferente custa $900. Numa outra, $600. Até cheguei a olhar na Shein, mas eu não faço ideia de como comprar lá (ainda mais com 50kg a menos) e prefiro evitar a ideia de devoluções. Em Junho, encontrei do tamanho e preço pagável numa loja lá no Pop Plus. Quer dizer, tinha no site da loja, eu queria na hora e fui lá comprar e o tamanho não tinha. Deixei pra depois.
Nesse último fim de semana rolou mais uma edição do Pop Plus, a 40a. Era o meu momento! Papai Noel iria curtir demais trazer aquele casaco pra mim, né? Pois procurei o nome da loja pra saber se eles estariam e, se sim, já iria no primeiro horário do sábado pra resolver isso logo. Mas... Adivinhem? Não só a loja não vai estar no festival como fechou. Simplesmente não existe mais. No Instagram, não postam nada desde Julho e o site tá fora do ar. A dona da marca continua produzindo seus conteúdos e aparentemente eu vou ficar sem meu casaco de oncinha.
E também vou ficar sem os meus shorts que comprei em Maio e não chegaram porque o dono da loja (onde comprei muitas camisas e outros shortszes) resolveu fechar tudo e não mandar nada, nem devolver a grana. Também devo ficar sem meus outros shortszes que comprei na Black Friday e deveriam ter chegado dia 10 e até agora não saíram da primeira agência dos Correios, em MG. Também já fiquei sem os blackouts das janelas do apartamento porque não seguram de jeito nenhum na parede (e não, o fato de eu ter pagado menos de $50 neles não tem a ver, humpf), sem duas Apple Pencils, e ainda fiquei sem meu milkshake que não foi entregue. E festa de firma, porque pau no nosso cu. E devo começar 2025 sem muita coisa, especialmente dinheiro.
Claro que tem coisa que veio, e espero que pra ficar. Na matemática veio até mais, bem mais — tipo uma vida toda — e agora me sinto meio mal porque comparando o que não veio e o que veio e o que dá pra resolver e o que eu até já resolvi, eu reclamo pra caralho. Será que vou conseguir ter mais positividade ano que vem? Espero não ficar sem isso também. Já não basta o casaco de oncinha…
E já que estamos aqui…
🤪 Estou absolutamente OBCECADO com a live do Felca com a Menina Veneno. Não teve um corte que passou por mim, no Instagram ou no TikTok, que eu não tenha visto -- inclusive os repetidos e, por que não, os invertidos também. Eu não consigo entender se aquilo é atuação (não é), se são personagens (um pouco), se toda a tensão é real (demais), mas é ABSOLUTO CINEMA o que esses dois malucos fizeram. E que mulher, né? ;D
🏆 E o Globo de Ouro que tá, tudo bem, indicou a Fernanda Torres, é o mesmo que agora tem uma categoria "melhor filme com bilheteria grande" (oficialmente chamada de Best Cinematic and Box Office Achievement). Não duvido nada que daqui a pouco tenha uma de voto popular, pela internet, com os caras durante a transmissão pedindo voto tal qual um VMA. Realmente a vida presta, mas essa premiação…
☣️ Bem bom o trailer de 28 Anos Depois, hein? Aliás, desculpas ao time de localização que lá no início dos anos 2000 inventou o "Extermínio" pra "28 Days Later", mas não dá pra usar Extermínio: A Evolução depois desse trailer, não. :P (Em tempo: aquele magrelo que aparece não é o Cyllian Murphy!)
🍑 A Marie Declercq, que não promete (absolutamente) nada em sua newsletter mas tem o costume de entregar tudo e mais um pouco (me sinto realmente envergonhado agora por usar essa pra falar dela) did it again. Estreou no TikTok em um vídeo em que fala sobre um agregador de reviews de perfumes, reviews de perfumes, reviews de perfume que promete um "cheiro de cu" e sobre o tal perfume com “cheiro de cu”. Reserve alguns minutinhos da vida de vocês pra assistir aqui, vale a pena. É arte.
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